Três Valdirans Fazem Um Edmundo
Alguém falou em oba-oba? Goleada na seleção de Lucerna não vale meio chope. Aliás, não vale nem sentar no bar. Desde que tenha bom futebol, prefiro perder para a argentina cem vezes do que ficar vendo isso. Com a seleção de Lucerna ou eu monto a de fora ou desligo a TV.
Mas eu vi em casa, parte, por ócio. Me arrependi. O que salvou foi ver o Juninho Pernambucano (o último craque não-metrossexual do futebol; no dia que aparecer um metrossexual com "Pernambucano" no nome, acabou-se de vez). Meteu uma falta na gaveta e, além de não comemorar, fez aquela cara de "qual é? qual foi?" ao receber o abraço de 5 ou 6 jogadores do escrete, desses que são assessorados pela empresa de marketing do Pélé.
(Depois, me irritei e acabei mudando o canal, para ver Alemanha e Japão, joguinho mais ou menos, que não me inspirou muita coisa além de uma perene moral histórica: uns fazem a cagada, outros levam a bomba...)
Pois então, se eu me lembro bem, foi por não querer jogar partidas muito mais importantes - e ainda coberto de razão - que o Romário virou ovelha negra na CBF. Ninguém nesse time se arriscou a, pelo menos, dizer: "tudo bem, vou jogar, mas acho perda de tempo". É claro, uma simples opinião dissonante, mesmo que assegurando o cumprimento do dever, ia "ameaçar a liderança do Parreira", disseminar o pânico nacional nos jornais, jogar o risco-país lá no alto...
A brasileira é, disparado, a seleção mais babaca da copa. A babaquice está lá, mora lá. O que a "entidade seleção" tem de babaca, tem de melhor do mundo, amarelo na camisa e Parreira no comando. Esse sensacionalismo todo, essa fixação por cada instante de caras que - pelo que se sabe, só são bons em uma coisa - criou uma geração de verdadeiros artistas da bola mas umas negações da espontaneidade.
O Romário nunca se intimidiu com 10, 20 ou mil câmeras, mas o Romário é o Romário - e foi o último. Mesmo jogando o que jogava, foi usado quando absolutamente necessário e descartado quando ia só para brilhar. O Edmundo sempre comeu a bola mas não teve segunda chance. Sou totalmente a favor de tentarem recuperar o Ronaldo mas isso quer dizer que, enquanto animal feroz no ataque não pode, o adiposo pode? A Argentina nunca, nunca cogitou aposentar o Maradona, mesmo com aquele técnico, mais vasilina do
mundo. Diego lutou até ser desqualificado. Teria ido até cair. Alguém reprova isso?
Acho uma pena quererem matar essa coisa bonita que há no esporte que é a controvérsia. É triste. Modelo de ética para criança é o Chaves! Dêem mais chances a
caras como o Valdiram e, no terceiro ou quarto, vai surgir um cracaço! E é isso que interessa.
Victor, que entende o Lúcio comemorar gol, esse sim.
(Nota do editor: Publicar esse texto é quase um ato de guerrilha. De qualquer forma, o nome do cara tá ali na barra lateral e eu bem falei com ele, domingo na Cobal.)
Mas eu vi em casa, parte, por ócio. Me arrependi. O que salvou foi ver o Juninho Pernambucano (o último craque não-metrossexual do futebol; no dia que aparecer um metrossexual com "Pernambucano" no nome, acabou-se de vez). Meteu uma falta na gaveta e, além de não comemorar, fez aquela cara de "qual é? qual foi?" ao receber o abraço de 5 ou 6 jogadores do escrete, desses que são assessorados pela empresa de marketing do Pélé.
(Depois, me irritei e acabei mudando o canal, para ver Alemanha e Japão, joguinho mais ou menos, que não me inspirou muita coisa além de uma perene moral histórica: uns fazem a cagada, outros levam a bomba...)
Pois então, se eu me lembro bem, foi por não querer jogar partidas muito mais importantes - e ainda coberto de razão - que o Romário virou ovelha negra na CBF. Ninguém nesse time se arriscou a, pelo menos, dizer: "tudo bem, vou jogar, mas acho perda de tempo". É claro, uma simples opinião dissonante, mesmo que assegurando o cumprimento do dever, ia "ameaçar a liderança do Parreira", disseminar o pânico nacional nos jornais, jogar o risco-país lá no alto...
A brasileira é, disparado, a seleção mais babaca da copa. A babaquice está lá, mora lá. O que a "entidade seleção" tem de babaca, tem de melhor do mundo, amarelo na camisa e Parreira no comando. Esse sensacionalismo todo, essa fixação por cada instante de caras que - pelo que se sabe, só são bons em uma coisa - criou uma geração de verdadeiros artistas da bola mas umas negações da espontaneidade.
O Romário nunca se intimidiu com 10, 20 ou mil câmeras, mas o Romário é o Romário - e foi o último. Mesmo jogando o que jogava, foi usado quando absolutamente necessário e descartado quando ia só para brilhar. O Edmundo sempre comeu a bola mas não teve segunda chance. Sou totalmente a favor de tentarem recuperar o Ronaldo mas isso quer dizer que, enquanto animal feroz no ataque não pode, o adiposo pode? A Argentina nunca, nunca cogitou aposentar o Maradona, mesmo com aquele técnico, mais vasilina do
mundo. Diego lutou até ser desqualificado. Teria ido até cair. Alguém reprova isso?
Acho uma pena quererem matar essa coisa bonita que há no esporte que é a controvérsia. É triste. Modelo de ética para criança é o Chaves! Dêem mais chances a
caras como o Valdiram e, no terceiro ou quarto, vai surgir um cracaço! E é isso que interessa.
Victor, que entende o Lúcio comemorar gol, esse sim.
(Nota do editor: Publicar esse texto é quase um ato de guerrilha. De qualquer forma, o nome do cara tá ali na barra lateral e eu bem falei com ele, domingo na Cobal.)
1 Comments:
Very pretty design! Keep up the good work. Thanks.
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